segunda-feira, 18 de junho de 2012



 As plantas medicinais - Breve histórico:


O Conhecimento histórico do uso de plantas medicinais nos mostra ao longo da História da Humanidade que pela própria necessidade humana, as plantas foram os primeiros recursos terapêuticos utilizados.
A história da terapêutica começa provavelmente por Mitridates, rei de Ponto, Século II a. C. sendo ele o primeiro farmacologista experimental. Nessa época, já eram conhecidos os Opiáceos, a Cila e inúmeras plantas tóxicas. No Papiro de Ebers, de 1550 a. C. descoberto em meados de século passado em Luxor, no Egito, foram mencionadas cerca de 700 drogas diferentes, incluindo extratos de plantas, metais (chumbo e cobre) e veneno de animais (Almeida, 1993 in Carneiro, S. M. de B, 1997).
Recorrer às virtudes curativas de alguns vegetais, é uma das primeiras manifestações do homem, marcando um antigo desejo de compreender e utilizar a natureza como recurso terapêutico, nas doenças que afligem o corpo e a alma. Se voltasse ao passado, perceber-se-ia que a prática de utilização das plantas como meios de cura das doenças não mudaram, mas por falta de informações algumas pessoas não sabem, nos dias de hoje, usar essas plantas para o seu consumo, desconhecendo os seus benefícios.
O primeiro escrito sobre as ervas relatam sua importância nos cerimoniais de magia e medicina. Há placas de barro babilônicas de 3.000 anos  a.C., que ilustravam tratamentos médicos, e outras mais recentes que registram importações de ervas. Durante os 1000 anos subsequentes, culturas paralelas na China, Assíria, Egito e Índia, desenvolveram registros escritos de ervas medicinais onde existem antigos escritos ocidentais que descrevem uma mistura de utilizações medicinais e mágicas para as plantas, e há escritos egípcios, de 1550 anos a.C., com receitas médicas e anotações sobre a utilização aromática e cosmética das ervas.
Registros no Mundo
 Oriente – O país com mais longa e ininterrupta tradição nas ervas é a China. Quando morreu em 2698 a.C., o lendário imperador Shen Nultg já tinha provado 100 ervas; ele menciona em seu “Cânone das Ervas” 252 plantas, muitas ainda em uso. Cem anos mais tarde, o Imperador Amarelo, Huang Ti, formalizou a Teoria Médica no Nei Ching. No século VII, o governo da dinastia Tang imprimiu e distribuiu pela China uma Revisão do Cânone de Ervas. Em 1578, Li Shizhen completou seu “Compêndio de Matéria Médica”, onde listou 1800 substâncias medicinais e 11.000 receitas de compostos.
Médio Oriente – Placas de barro de 3.000 A.C. registram importações de ervas para a Babilônia (trocas com a China aconteceram por volta de 2.000 A.C.). Farmacopeia babilônia abrangia 1400 plantas. O primeiro médico egípcio conhecido foi Imhotep (2980 a 2900 A.C.). Grande curandeiro foi deificado, e utilizava ervas medicinais em seus preparados mágicos. Os Papiros de Ebers do Egito foram um dos herbários mais antigos que se têm conhecimento, datando de 1550 a.C., e ainda está em exibição no Museu de Leipzig (são 125 plantas e 811 receitas). Na mesma época, médicos indianos desenvolviam avançadas técnicas cirúrgicas e de diagnóstico, e usavam centenas de ervas nos seus tratamentos. Segundo os hindus “as ervas eram as filhas prediletas dos deuses”.

Grécia – No século XIII A.C. um curandeiro chamado Asclépio, grande conhecedor de ervas, concebeu um sistema de cura, fundando o primeiro SPA de que se tem conhecimento, com tratamentos baseados em  chás.
Os templos de cura apareceram em toda Grécia e Asclépio foi deificado. Seiscentos anos depois, Tales de Mileto e Pitágoras compilaram essas receitas. Os gregos adquiriram seus conhecimentos de ervas na Índia, Babilônia, Egito e até na China.
América – O primeiro herbário das Américas é o Manuscrito Badanius, o herbário asteca, do séc. XVI, em Nahuat. No Brasil, em 1995, o consumo de medicamentos caiu a níveis alarmantes. A pesquisa SOS FARMA, para levantar as causas, descobriu que, das 400 famílias pesquisadas, 91,9% se automedicavam com ervas e 46,6% as cultivavam nos quintais. Dados da Assoc. Brasil da Ind. Farm. apontam que as vendas de medicamentos sintéticos cresceram 16% naquele ano, enquanto o consumo de fitoterápicos subiu 20%. Tanto assim que a CEME, central de medicamentos, está financiando pesquisas em universidades. Muitos médicos acreditam que o uso de fitoterápicos pode reduzir à metade os gastos da população com medicamentos e com os mesmos resultados dos alopáticos.
Plantas medicinais no Brasil
O Brasil tem uma das mais ricas biodiversidades do planeta,   com milhares de espécies em sua flora e fauna. Possivelmente, a  utilização das plantas – não só como alimento, mas também como fonte terapêutica começou desde que os primeiros habitantes chegaram ao Brasil, há cerca de 10 mil anos, dando origem aos paleoníndios amazônicos, dos quais derivaram as principais tribos indígenas do país. Pouco, no entanto, se conhece sobre esse período, além das pinturas rupestres.
Os colonizadores observavam e anotavam o uso frequente de ervas pelos Índios : “Os Índios precedem de laboratórios, ademais, sempre tem à mão sucos verdes e frescos de ervas. Enjeitam os remédios compostos de vários ingredientes, preferem os mais simples, em qualquer caso de cura, visto que por este medicamentos os corpos não ficam tão irritados.”
Um pouco mais tarde, entre 1560 a 1580, o padre José de Anchieta detalhou melhor as plantas comestíveis e medicinais do Brasil em suas cartas aos Superiores Geral da Companhia de Jesus. Descreveu em detalhes alimentos como o feijão, o trigo, a cevada, o milho, o grão-de-bico, a lentilha, o cará, o palmito e a mandioca, que era o principal alimento dos índios. Anchieta citou também verduras como a taioba-rosa, a mostarda, a alface, a couve, falou das furtas nativas como a banana, o marmelo, a uva, o citrus e o melão, e mostrou a importância que os índios davam às pinhas das araucárias. 
Das plantas medicinais, especificamente, Anchieta falou muito em uma “erva boa”, a hortelã-pimenta, que era utilizada pelos índios contra indigestões, para aliviar nevralgias e para o reumatismo e as doenças nervosas. Exaltou também as qualidades do capim-rei, do ruibarbo do brejo, da ipecacuanha-preta, que servia como purgativo, do bálsamo-da-copaíba, usado para curar feridas e da cabriúva-vermelha.
Outro fato que chamou atenção do missionário foi a utilização dos timbós pelos índios, especialmente da espécie Erytrina speciosa. O timbó, de acordo com o dicionário é uma “designação genérica para leguminosas e sapindáceas que induzem efeitos narcóticos nos peixes, e por isso são usadas para pescar. Maceradas, são lançadas na água, e logo os peixes começam a boiar, podendo facilmente ser apanhados com a mão. Deixados na água, os peixes se recuperam, podendo ser comidos sem inconveniente em outra ocasião”.
Quase tudo que se sabe da flora brasileira foi descoberto por cientistas estrangeiros, especialmente os naturalistas, que realizaram grandes expedições científicas ao Brasil, desde o descobrimento pelos portugueses até o final do século XIX. Essas grandes expedições tinham o intuito de conhecer e explorar as riquezas naturais do país, conhecer a geologia e a geografia do Novo Mundo, bem como determinar longitudes e latitudes para a elaboração dos mapas. 




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